Buscando por notìcias de minha terrinha, Recife, achei uma reportagem falando da proibição da venda de alimentos não industrializados na orla de Boa Viagem. Acabou-se o caldinho, a ostra, o espetinho de queijo na brasa, etc. O mercado ambulante da praia acabou (ou pelo menos estão querendo acabar). Bronzeador é industrializado, mas acho que o gosto não vai me agradar. Talvez comprar um saquinho de amendoim industrializado. Não. Esse eu posso comprar no mercado da esquina. CD pirata pode vender né? Afinal, pirataria jà é indùstria no Brasil. Mas eu me recuso a pagar por pirataria. Entretanto estou disposto a comprar "comidas piratas" não-industrializadas que provavelmente serão vendidas no mercado negro do pòs proibição em Boa Viagem.
A intenção de proibir, do ponto de vista sanitàrio, realmente é louvàvel. Lembro da notìcia de um cara da banda Eva que morreu de intoxicação alimentar apòs comer ostras estragadas em Salvador.
Pô, mas e o caldinho? Até o queijinho na brasa... Serà que proibiram agua de coco também?
Porque não colocar placas dizendo "O ministério da saùde adverte: A ingestão de alimentos não industrializados na orla de BV pode levar à morte" ou então placas tipo a dos ataques tubarão advertindo do perigo das comidas? Não vão tentar nem regularizar cadastrando as pessoas, instruindo e fiscalizando?
E o povo que vendia isso vai fazer o quê? Medidas dum terceiro mundo desordenado tentando por ordem na casa.
Aqui na França ambulante é proibido. Em Paris uns caras vendem em pontos turìsticos os famosos chaveirinhos da torre Eiffel bem mais barato que nas lojas de souvenirs. Sò que eles ficam de olho o tempo todo vendo se a polìcia chega. Mas em praticamente todas as cidades existem trailers que vendem pizza, crepe, churros e outros bagulhos mais na rua. Não é coisa do tipo pegar a indenização comprar uma Kia Towner, converter em barraca de cachorro quente e escolher ponto(s) pra estacionar. De dia na frente da empresa X, de tarde na faculdade Y, e no fim de semana na calçada da praia. Os pontos são fixos e legalizados pela prefeitura, que deve cobrar uma taxa nada irrisòria. Os donos desses trailers rebocam essas barraquinhas com seus 4x4 novinhos. Imagino a casa do cara. Mas, a realidade aqui é outra. Serviço é caro, e isso aumenta o bastante o valor das mercadorias não-industrializadas em paìses de primeiro mundo.
Acho que o comércio ambulante desordenado "enfeia" qualquer cidade, mas o povo que vende esses bagulhos na orla està ali tenta viver honestamente. Virou marca registrada de Boa Viagemo o formigueiro de ambulantes que enchem nosso saco oferecendo comida, gritando e às vezes até nos divertindo. Estão descaracterizando o cartão postal Recifense. Minhas férias não serão as mesmas sem sentar na praia e tomar cerveja com caldinho. A elite deve estar satisfeita "tirando essa pobreza da praia". Chega de farofagem né?
Elitezinha que não sabe (e nem quer) distribuir a renda direito. O poder fica na mão da nobre elite, que pra aumentar salàrio mìnimo sò falta chorar na televisão dizendo que tà difìcil trocar de carro importado todo ano.
Quem tà là em cima não tenta resolver os cada vez maiores problemas sociais, que geram cada vez mais pobreza e criminalidade. Sò tem serviço meia boca, tipo bolsa famìlia e bolsa escola. A raiz do problema todo mundo sabe, mas ninguém quer aprender a resolvê-lo. E na pràtica o que a elite faz é fingir. Fingir que tà tudo bem, fingir que não vê o pedinte no semàforo (isso a classe média também finge bacana), blindar o carro pra fingir que não vê o ladrão, construir muros mais altos com cerquinha elétrica no topo e fingir que se sentem seguros, contratar empresas de segurança privada e fingir que eles são policiais e que a polìcia funciona.
E agora vem com essa de tirar emprego de gente honesta. Não venham reclamar se o vendedor de caldinho desempregado assaltar a tua casa. Aliàs, vai assaltar o resto do povo que não tem carro blindado, nem muro alto nem segurança privada.
E eu ainda quero voltar pra essa merda de paìs...
Sem caldinho na praia estou pensando seriamente se vale a pena ou não.
4 comentários:
Gostei da ultima parte, onde vc diz: "eu ainda quero voltar pra essa merda de Pais!!!" \o/
Eu faço caldinho pra tu meu amor! A gente faz uma farofada!!! Levamos uma garrafa 3 garrafas nos dias de praia: uma de feijão, outra de camarão e outra de caldeirada ou sururu... vc escolhe! Prometo q faço, P-R-O-M-E-T-O! E se vc quiser eu ainda passo gritando na sua frente: "OLHA O CALDOOOOOO, QUEM VAI QUERER?! FEIJÃO? CAMARÃO E SURURU!!! OLHA EU AQUI, OLHAAAAAAAAAAAAA!" KKKKKKKK... Gostou???
AMO tu!
Ei Lila, tá precisando de sócia?
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
"Olhaaaaaaaaaaaaaaaa, meu patrão, tá novinho! Completo ou só com ovo de codorna e charque?"
:oP
É mais fácil proibir que fiscalizar, do ponto de vista sanitário, claro. Porque fiscalizar a proibição é fácil, qualquer dois PMs fazem o serviço.
Mais uma daquelas leis fadadas ao esquecimento...
Enquanto tiver os dois PMs là vamos ter q fazer piquenique (farofada mascarada com um nome bonito) na praia :)
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