sábado, 20 de dezembro de 2008

Férias de fim de ano

Estamos em "Vacances de Noël", que no bom português significa férias de Natal. São duas semanas: Natal e Ano novo, respectivamente. Universidades reabrem apenas no dia 05 de Janeiro.

O calendàrio escolar de boa parte dos paìses do hemisfério norte é um pouco diferente do que utilizamos no Brasil, onde sincronizamos o ano letivo com o calendàrio. O primeiro semestre do ano é o primeiro semestre letivo. Aqui na França é diferente, e creio que seja mais ou menos a mesma regra para a grande maioria do hemisfério norte: o primeiro semestre letivo começa em setembro (fim do verão), e o segundo semestre em fevereiro (metade pro fim do inverno). Não tem férias longas de 1 mês igual temos no Brasil em Junho. As férias são dadas em doses homeopàticas:
  • Fim de Outubro: 1 semana de toussaint (todos os santos), referente ao dia 31 de outubro
  • Fim de Ano: 2 semanas (Natal e Ano novo)
  • Fim de Fevereiro: 1 semana de férias de inverno
  • Abril: 1 semana de férias de primavera. O famoso spring break nos paìses anglòfonos. Ano que vem coincide com a pàscoa mas não sei se é sempre assim.
  • Julho e Agosto: Férias de verão, que vem logo apòs o final do ano escolar. O equivalente pra nòs brasileiros às férias de Dezembro e Janeiro (Verão no hemisfério sul)
Somando tudo, são 5 semanas (excluindo as férias de verão). Doutorandos tem direito a um mês de férias, geralmente no verão, que não tem nada a ver com as semanas acima. Não somos obrigados a tomar as outras doses homeopàticas de férias, mas no inverno a maioria dos labs de pequisa do campus fecham, ou no caso do prédio onde fico, desligam o aquecimento central. Logo, o cidadão quando não pode ir trabalhar, não tem condições para tal. Somos forçados a tirar férias, e com isso temos 6 semanas de férias!
As outras doses homeopàticas podem ser tomadas com moderação, podendo estender o total das férias para 7 semanas.
Pode parecer bastante folga, mas eu trabalho em casa frequentemente à noite e fim de semana. O saldo no final é bem menos que 7 semanas.
Mas esse fim de ano, prometo que as férias serão minha ocupação principal. A esposa merece.
Bom Natal e Ano novo a todos!

domingo, 7 de dezembro de 2008

Jeux de Neige 2008


Como parte da promoção da candidatura de Grenoble como sede dos jogos olìmpicos de inverno de 2018, este ano organizaram o "Jeux de Neige 2008". A rampa que montaram serviu para uma etapa da copa do mundo de snowboard, e pra umas demonstrações de ski freestyle. O vìdeo que gravamos mostra algumas das manobras de ski, com mùsica ao vivo de uma banda local, Firecrackers, como trilha sonora.

sábado, 6 de dezembro de 2008

Banana de ouro


Banana nunca tão cara em toda minha vida!
Não pude deixar de registrar esta cena. No aeroporto de Bruxelas tinha a banana mais cara que vi em minha vida: 2,10 euros (a unidade!!).
O pior é que o kilo da banana em Grenoble é em torno uns 2 euros. Tudo bem que em aeroporto tudo é mais caro, mas sem abuso né?
Bom, se vendem a esse preço é porque tem quem compre.
Em supermercados encontramos abacaxis por 3 euros a unidade. Não acho que vão vender isso em aeroportos, mas dà pra imaginar quanto seria.

Conferência de brasileiros em Leuven

Fui à uma conferência que acabou sendo um grande encontro de brasileiros. Comecei jà voando num avião da Embraer (que orgulho!) de Lyon à Bruxelas, e chegando na conf eram mais de 20 brazucas, além de uns 10 portugueses. Nada mal para uma conferência com cerca de 200 pessoas. No workshop em que apresentei, eram 11 artigos, sendo 2 de brasileiros e 2 de portugueses. Depois do inglês e do neerlandês (lingua dos organizadores) o português foi com certeza a lìngua mais falada do evento. Era fàcil nos encontrar nos intervalos, bastava achar a rodinha de conversa onde riam e falavam mais alto.

Hà algum tempo a India jà goza de uma boa reputação de ter òtimos pesquisadores na àrea de computação, que imagino que ajudou a criar um certo mito de que os desenvolvedores de software indianos são melhores que os brasileiros. De alguma forma imagino que a fama acadêmica sirva de respaldo na hora de paìses de primeiro mundo fazerem suas escolhas ao fazer contratos de offshore. Creio que esta forte presença de brasileiros em eventos importantes como este ajude a criar e consolidar uma boa imagem nossa em P&D. Fama de barulhentos jà temos.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Apresentando a RFID para o pùblico

Neste domingo eu e um colega mexicano ajudamos o nosso orientador numa apresentação especial para uma exposição sobre a història da informàtica, que està acontecendo de 24/10 à 04/01 na Bastilha de Grenoble. O teleférico pra ir até là foi gràtis :)

Falamos sobre os projetos de nossa equipe utilizando etiquetas RFID (Identificação por Ràdio Frequência). O desafio foi tentar explicar tudo usando uma linguagem acessìvel ao pùblico ao mesmo tempo em que explicamos o que eram etiquetas RFID. Foi uma experiência interessante e pela qual nunca achei que passaria, especialmente na França. Apresentamos algumas demos, mas a vedette foi a demo que usa o Nabaztag, o coelho inteligente (e que também lê etiquetas RFID), que chamou atenção de adultos e crianças. Houve uma senhora que fez uma inferência que a levou a fazer uma pergunta interessante: "Nossa, então esse coelho é um computador. Mas onde està o monitor dele?"

sábado, 22 de novembro de 2008

Roupas de Frio II

A partir do fim de outubro/inìcio de novembro, quando se vê chuva por aqui, tem neve na montanha. Depois que a neblina vai embora, podemos ver as montanhas cobertas de gelo.

Enquanto estou escrevendo o sol brilha là fora, estamos perto do meio-dia, mas a temperatura em Grenoble é de 5 °C , mas com sensação térmica de 0 °C. A previsão da "meteô" diz que vai nevar este fim de semana aqui embaixo. Seria a primeira vez desse inverno. Antes de eu viajar pra cà, falei das roupas de frio que compramos no Brasil. Prometi falar se elas dariam conta, mas passou-se um inverno e não falei nada. Segue o relato então...

Os meus casacos daì foram dois de nylon e um de algodão meio aveludado, todos com um tipo de espuma entre os tecidos, pra melhorar o isolamento térmico. Minha esposa comprou um sò desse tipo e outros dois que aparentemente não deram conta. Um de "couro vegetal", segundo o vendedor falou, e outro de um material que lembra o mesmo de roupas de mergulho. Os meus deram conta, mas a mulher não aguentou o frio com os dela...Precisou comprar outros aqui, e de outras camadas internas de casacos.

Nestas camadas, os blusões de algodão não são legais pra colocar por baixo pois eles armazenam a umidade. No outono ainda vai, mas no inverno melhor optar pelos que tem flanelinha por dentro ou então as blusas que aqui chamam de "polaire" (a foto abaixo). Por baixo do polaire, uma camiseta de algodão mesmo, dessas que usamos no dia a dia do Brasil tropical.

Comprei uma polaire na C&A por 10 euros ano passado. Existem marcas especializadas em roupa pra frio (Salomon, The North Face, etc) que vendem roupas feitas com tecidos super high-tech, bem finos e leves mas que aquecem bem. Lògico que custam muito mais caro. Ainda ano passado comprei uma polaire Lafuma que na promoção foi o dobro da outra da C&A, mas é bem mais leve e aquece igual. Minha cintura adiposa ajuda a esquentar o corpo, mas mesmo assim tirei os polaires da gaveta esta semana.


segunda-feira, 17 de novembro de 2008

A polêmica de se trabalhar aos domingos na França

Quem vem de cidades metropolitanas do Brasil e tem a possibilidade de sair dos shoppings e supermercados às 22:00, ou tem o hàbito de ir aos hipermercados 24h, se espanta aqui na França. Aqui e em boa parte das cidades de outros paìses europeus que conhecemos isso parece absurdo. Praticamente tudo fecha às 20:00, e praticamente nada abre aos domingos. Até farmàcias e lojas de conveniência 24h são raras. Existem umas que fazem marketing "non-stop 8h - 20h". Ohhh! Os horàrios dos ônibus refletem bem essa realidade de tudo fechar cedo.

Ultimamente tem havido uma polêmica aqui em relação à lei para legalizar definitivamente o trabalho aos domingos na França. De acordo com o presidente, seria uma opção para os trabalhadores ganharem mais dinheiro, seguindo sua filosofia de "trabalhar mais para ganhar mais". O interessante é que não faz parte da cultura aqui, isso que pra nòs parece natural e até nos faz falta às vezes. Entretanto, os argumentos das pessoas contra essa idéia são bem vàlidos. Alegam, com razão, que o domingo é o dia para se ficar com a famìlia, e os trabalhadores irão pagar o pato. Outros alegam que o domingo é o dia para se sair, praticar esportes, ir à montanha, ao lago, à praia, etc, e abrindo esta exceção para abrir o comércio nos domingos irà estimular mais ainda o consumismo, que està fortemente presente nas sociedades capitalistas.
Serà que nòs brasileiros jà estamos tão consumistas assim?
Um coisa a se refletir...

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Abreviando

Estamos desenrolando o idioma, mas ao meu ver, a lìngua francesa tem alguns problemas pra quem a aprende. Por exemplo, as consoantes. Os Z,T,R,S,X (e outras mais que não lembro) quando aparecem no fim da palavras, salvo as "liaisons" e outras exceções, nunca são pronunciados.

Coisas tipo toit (teto) e toi (pronome pessoal em 2a. pessoa) pronunciam-se da mesma forma: soa como "toà" em português. O plural é na mesma: ils (eles) e il (ele) pronuncia-se igual, sem dizer o "S". Precisamos da conjugação verbal e do contexto pra saber se é singular ou plural, tipo "ils vont au cinema" ou "il va au cinéma" pra saber quem vai pro cinema, se é um cara sò ou mais de um...

Outra dificuldade é o francês coloquial: cheio de palavras diferentes (ex: carro é bagnole, ao invés de voiture; dinheiro é poignon, fric, ao invés de argent) e abreviações...

Trabalho num labo (labô, transcrevendo a pronùncia para o português) ao invés dum laboratoire, usando um ordi (computador) ao invés dum ordinateur e como no resto (restô) ao invés do restaurant. Meus colegas me dizem bonapp ao invés de bon appetit. Periòdicos semanais são chamados de hebdo, ao invés de hebdomadaire.
O presidente Sarko é démago e megalo.
Big Mac se compra no McDo.
O prof da fac dà aula no amphi mostrando diapo (diaporamas=transparências).
Alguns estudantes dividem apartamento com colloc (collocataires).
Jà a CAF nos distribui allocs.
Os ados gostam de ir ciné mas também podem passar o dia em casa vendo télé.
Os écolos sò comem produtos bio.

Algumas abreviações presumo que sejam mais afeminadas (d'acc para dizer d'accord e comme d'hab para dizer comme d'habitude), pois nunca ouvi homem falar...

Bem, acho que jà forneci bastante info.

Mas não venham depois me dizer que tudo isso é coisa de pédé ("pêdê").

domingo, 2 de novembro de 2008

Mudança de categoria de titre de séjour

O ano letivo por aqui começa em setembro/outubro, e geralmente nessa época é o momento dos estudantes originàrios de paìses fora da Comunidade Européia renovarem o titre de séjour, documento que permite aos estrangeiros permanecerem na França.

Eu e minha esposa mudamos nossa categoria de titre de séjour, respectivamente:
- de étudiant para scientifique
- de visiteur para étudiant

A minha mudança é mais uma questão burocràtica, devido ao tipo de bolsa de estudos que tenho. Não sei qual a categoria do titre de séjour dos brasileiros com bolsas CAPES e CNPq, mas meus colegas de equipe estrangeiros possuem outro tipo de financiamento e o titre de séjour de estudante.

A informação importante que gostaria de documentar aqui é a mudança de titre de séjour visiteur para étudiant. Talvez esclareçam isso nos sites da embaixada, mas o que encontramos é que aqueles que vierem sem visto de estudante (ex: fazer algum curso que dure atè três meses) não precisam de titre de séjour, e se precisarem estudar mais tempo precisam dar entrada naquele visto, que implica em fazer junto à embaixada do seu paìs de origem, e conseauentement voltar, gastar mais tempo e dinheiro, pra depois obter o titre de séjour na França. Não vi nada dando informação em relação ao cônjuge, a ùnica coisa que informaram era que ela poderia estudar como visitante.

Com a categoria visiteur minha esposa conseguiu ser aceita em uma universidade francesa (pedem apenas que a pessoa esteja "legalizada", exatamente como nos informaram). Entretanto quem tem titre de séjour étudiantdireito a trabalhar até 964 horas anuais. No caso dela não seria possìvel trabalhar com o titre de séjour étudiant, mesmo estando inscrita na universidade. Ao renovar o titre de séjour este ano, ela pediu a mudança para étudiant. Como comprovante de recursos financeiros apresentou minha papelada da bolsa de estudos, e tudo deu certo, dentro da lei.

Resumindo o post, duas informações ùteis para quem vem à estudar na França e traz seu cônjuge com visto "visiteur":
  1. É possìvel se inscrever numa universidade (no caso dela, jà possuìa curso superior no Brasil e fez equivalência de disciplinas para ser aceita aqui) mesmo como visiteur
  2. É possìvel fazer o "upgrade" de visiteur para étudiant, que dà direito à trabalhar até 964 horas anuais.
A primeira dica demos pessoalmente para um casal que conhecemos aqui, e poucas semanas depois a esposa do estudante conseguiu ser aceita no Master de uma universidade que tinha um curso equivalente ao dela.

Espero que estas informações possam servir para mais gente.

* ATUALIZAçAO IMPORTANTE (07/05/2011)*
Aproveitando um comentario que fiz aqui hoje, agrego a seguinte informaçao ao post:
Cônjuge de Scientifique tem direito a jornada de trabalho INTEGRAL. Portanto, por falta de informaçao foi burrice mudar o titre de séjour de minha esposa para étudiant. Ela teria mais direito (a trabalho) como cônjuge de scientifique.

Liçao aprendida: Nunca 'ache que'. Pergunte antes de achar qualquer coisa :)

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Barbeiragem nos trilhos


Barbeiragem do tramway em Karlsruhe. Acho que nenhuma pessoa saiu gravemente ferida, mas ninguém espera um bondinho bater, especialmente na Europa cheia de "motoristas civilizados".

sábado, 4 de outubro de 2008

Participando do ensino universitàrio francês

Sigo com minha perseverança/insistência. Candidatei-me ao serviço de monitoria das universidades de Grenoble. Mesmo com o desestìmulo de algumas pessoas que disseram que era bastante difìcil, e achavam que eu não ia conseguir por que pra ser monitor tinha que ter notas altìssimas blà blà, tentei com minhas notas medianas.
Lembrei da història da bolsa...

Essa insistência é coisa genética, eu acho. Minha mãe me teve numa gravidez de alto risco, aos 40. Os médicos sugeriram um aborto devido à dificuldades no inìcio da gravidez. Ela insistiu.

Obrigado, mãe. Eu continuo insistindo também, graças ao que aprendi com a senhora ainda no ventre.

Seguindo em minha onda de sorte, fiquei como monitor do Institute Nacional Polytechnique de Grenoble (INPG), parte das grandes écoles que formam os "elitizados" engenheiros franceses. Talvez um dia explicarei essa leseira elitista em outro post.
Além da oportunidade de obter esta experiência auxiliando na formação de estudantes, ainda pingam uns euros na conta :)

A primeira disciplina na qual serei monitor é Banco de Dados (BD). Participei de uma reunião com a equipe responsàvel pelas 7 disciplinas de BD com 5 professores e 3 monitores trabalhando em conjunto. Formulação de exercìcios, discussão sobre conteùdo, foco dos cursos, etc. A pouca experiência com ensino que tive no Brasil não foi de nìvel universitàrio, não sei dizer se é isso também é costume dos docentes brasileiros. Achei muito bom pois a disciplina não é conduzida individualmente, e isso ajuda a equilibrar o nìvel assim como divider bem os assuntos abordados em todas as outras matérias de BD. Creio que outros domìnios (Algoritmos/Programação, Redes, Eng. Software, etc) sejam conduzidos aqui da mesma forma.

Estarei vendo (e participando) do ensino superior francês de perto, devo postar mais coisas informativas à esse respeito e espero que sejam ùteis aos interessados em estudar na França.

à bientôt!

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Mouse Ocular en France

Neste fim de semana tive uma òtima surpresa ao folhear um jornal semanal de Grenoble: Encontrei nada menos que o projeto do Mouse Ocular, da Fundação Amazônica de Amparo à Pesquisa e Desenvolvimento Tecnològico Desembargador Paulo dos Anjos Feitoza, também conhecida como FPF ou Fundação Paulo Feitoza, onde trabalhei por 2 anos e 3 meses.

O mouse e Socorro estão super internacionais. Coloquei no Google a busca por "souris oculaire" (pronunciado "surri oculér") e havia links de notìcias em vàrios paìses, como esse jornal de Luxemburgo e este outro da Suìça.

A diagramação do jornal de Grenoble colocou Socorro olhando pra de James Hetfield, do Metallica, como podem ver na foto acima :)

Fico muito contente e orgulhoso com a visibilidade internacional do projeto, e com o conteùdo das reportagens que fala do governo brasileiro distribuir gratuitamente o mouse.

Parabéns à FPF e em especial a todos os envolvidos no projeto.

domingo, 28 de setembro de 2008

Bruxelas: capital bilíngüe e museu dos quadrinhos

Bruxelas é a capital da Bélgica, e sede administrativa da união européia. Na verdade a capital formal da união européia muda de seis em seis meses de acordo com o país "regente" (no primeiro semestre era Ljubljana, Eslovenia e agora é Paris, França), mas creio que pode-se dizer que a capital de fato da UE é Bruxelas.

A Bélgica tem o francês e neerlandês como línguas oficiais. O país é basicamente dividido em duas regiões: Wallonie (francês) e Flandres (neerlandês). Até aí tudo bem, a Suíça por exemplo tem três idiomas oficiais: Alemão, Francês e Italiano, e ainda tem uma tal de língua Romansch que nem sei se é oficial.

Mas em Bruxelas é bem particular esse aspecto da língua. Todas as placas oficiais são em francês e holandês. Outra informação interessante que não sei se chega até o Brasil é que enquanto as 3 Suíças aparentemente vivem na paz, na Bélgica rola uma briga política para tornar Flandres independente. Nada violento como o separatismo do país Basco, na Espanha, mas existe esse movimento.

Fico por aqui nas minhas observações políticas e culturais, e deixo à mostra fotos que registram este fato um tanto curioso para nòs, com imagens das placas com francês na primeira linha e o mesmo aviso em neerlandês embaixo.








Museu dos Quadrinhos


Apesar de ter ficado à trabalho por dois dias, tive tempo de ir ao Musée de la bande dessinée, que reùne obras dos principais desenhistas belgas de quadrinhos. Nòs brasileiros devemos conhecer mais os que viraram desenhos animados exibidos no Brasil: Smurfs (em francês chamados de Schtroumpfs), que passava na Globo, e Tin tin, exibido na TV Cultura.

O museu é bem interessante e dà vàrias informações sobre o processo de criação de quadrinhos, curiosidades sobre os personagens, épocas e estilos dos quadrinistas belgas, etc. Vale muito a pena visitar, especialmente para quem gosta de quadrinhos. Se o cidadão turista não tiver interesse, que và então tomar algumas das 400 diferentes cervejas belgas.

sábado, 20 de setembro de 2008

Sósia



Fomos ao museu de Grenoble hoje, e me espantei ao olhar para um quadro. Achei bastante familiar, me lembrando um cara que eu via no espelho no inverno passado :)
Fiquei calado. Depois que minha esposa viu, perguntou pra mim "o que é que tu tà fazendo ali na parede?"
Tirei uma foto (sem flash, claro) pra guardar de lembrança.

Confesso que não curti muito essa mãozinha na cintura...

Dados da obra:

Autoretrato, óleo sobre tela
Ary Scheffer
França, 1830
118 x 90 cm
Museu de Grenoble

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Capisco un po di italiano

Estive em uma conferência na Itàlia, e passei quase uma semana là. Comecei a arranhar italiano, li rapidamente um guia de sobrevivência que minha esposa comprou no Brasil, com frases ùteis em vàrios idiomas, e consegui alcançar um "nìvel elevado" com uma linda frase avançada na ponta da lìngua: "Io vorrei un café per favore".

Disse pra ela que eu ia tentar uma frase tipo "como chego em tal lugar", eu não iria entender a resposta se invés de "và em frente, dobre à esquerda etc etc" fosse bem fora do padrão tipo "siga direto depois do semàforo, ao chegar na oficina do Zé, dobre a direita, e verà uma auto-escola, serà do outro lado da rua".

Falo inglês, mas não vejo muita graça chegar num paìs de lìngua latina e ficar querendo me comunicar em inglês. Usaria-o como ùltimo recurso. Acho que se dà pra tentar comunicar-se na lìngua nativa, por que não tentar? Agregaremos um pouco de cultura, alguns podem dizer cultura inùtil, mas eu adoro esse tipo de cultura :)

Por ser do grupo de lìnguas românicas, vulgarmente conhecido como lìnguas latinas, acho que daria mesmo pra desenrolar e seria divertido. Dizem que quando você sabe dois idiomas, aprender o terceiro torna-se mais fàcil. Eu ratificaria isso. Quando você sabe dois idiomas com similaridades, e de preferência da mesma famìlia, aprender um terceiro fica mais fàcil. Falo espanhol, francês e umas dezenas de palavras em romeno (sim, romeno é lìngua latina!) e chego à outra conclusão: você mistura tudo, se enrola com falsos cognatos, etc, etc. Por isso milhares ou milhões de brasileiros falam "portunhol" e pensam que falam espanhol, colocando no seu CV com muito orgulho o nìvel avançado de fluência em espanhol :)
Ràpido teste do seu nìvel de portulhol/espanhol: O que é cuello, basura, engrasado e embarazada?
*Resposta no final do post.

No primeiro dia não quis perder tempo e na hora de chegar na recepção e pegar a chave do quarto, fui logo falando em inglês pra não perder tempo. A diversão com meu idioma "portunhano" seria na rua. A inferência tinha começado cedo. Nas estações de trem, sempre avisos proibindo cruzar os trilhos: "vietato traversare i binari". Inferência 1:
- Vietato = Vetado, logo, vietato é proibido

Anùncio na rua que não esqueci: “paghi uno e prendi due” .
- Prendere = Prendre (pegar, levar, em francês. Equivalente ao "to take" do inglês)

Começou a ser vàlido o negòcio da terceira lìngua. Olha o francês ajudando a aprender italiano :)

Chego num supermercado pra dar uma olhada nos produtos locais e levar uma cerveja local, Moretti. Uma segurança na porta do supermercado estava colocando as sacolas dos clientes dentro de um saco plastico lacrado para que pudessem entrar. Eu estava de mochila, então passei por ela e, apontando pra minha mochila, soltei meu "fluente" italiano: "questo va benne?". Como eu temia, ela respondeu fora do meu script esperado "si" ou "no", e disse uma frase que eu forcei a barra e pensei ser uma resposta positiva. Ao entrar ela me chamou a atenção, e concluì que a resposta havia sido negativa. Ùltimo recurso: inglês. "Do you speak english?" e ela foi dizendo que eu teria que deixar a mochila.

O segundo dia jà estava melhor, conseguia comprar tudo falando italiano: "Quanto?", "Per favore", "Grazie". Crente que estava sabendo pra caramba. Aos poucos, diàlogos profundos, com linguagem erudita, de dar inveja à Dante Alighieri: "Questo bus va a stazione centrale?". O motorista responde: "vicino". Mais uma inferência:
- Vicino = Vizinho, Pròximo.

Na conferência queria ir no banheiro, então embolei um espanhol italianado pra perguntar: "Il bagno per favore".
-
Baño (em espanhol) = Bagno (em italiano) :)

Super método de aprender coisas tão òbvias. Que genial...

O plural das coisas eh bacana (ou não), acho que é igual ao latim:
- Prodotto -> Prodotti
- Prezzo -> Prezzi
- Piatto -> Piatti

Entretanto, me enrolei pra perguntar num lugar que horas fechava, tentei utilizar o verbo "fermer" do francês, não deu. Gestos com as mãos. Descobri que o verbo era "chiudere". Fermare em italiano significa parar. Falso cognato, mas se forçarmos a barra tem alguma coisa a ver.
- Chiuso = Fechado...

Cadê a semelhança? Bom, nem tudo são flores.

Pois è, assim foi durante todos os dias, cada vez menos com inglês, e meu italiano indìgena dizendo coisas que soariam em português como "eu comer carne com massa. beber um vinho". Mas era divertido. Assim como ouvir os garçons, caixas, atendentes, te receberem com a linda frase: "Prego?" depois você agradece e te respondem "Prego!". Bem pràtico, tipo "Ciao", que você fala quando chega e quando vai embora.

Falei com um amigo do Brasil pelo gtalk eu uma tarde durante a conf e ele me disse uma frase em italiano que me agregou uma nova palavra no vocabulàrio: "freddo" (frio). à noite eu jà consegui usar a palavra. No jantar da conferência estava numa mesa com brasileiros e portugueses que estavam na conferência e um cara reclamou do vinho quente e não conseguia explicar para a mulher que nos servia, que não falava inglês. Mandei a nova palavra numa frase provavelmente indìgena: "questo vino è caldo, no è freddo", ela explicou que o vinho tava quente porque era vinho tinto, não é pra tomar gelado. Depois trouxe um espumante gelado, sobras da degustação de queijo e presunto que houve antes, e disse que os funcionàrios do buffet haviam separado o que sobrou pra levarem pra casa :)
Entendi isso, mas ela disse muito mais coisa. Pobrezinhos dos funcionàrios. Reduzimos a fraude deles.

Quando fui buscar minha esposa na estação, depois de alguns dias na Itàlia, eu jà sabia bastante italiano, acho que ela ficou impressionada por que fomos comer uma pizza e tomar uma cerveja e comprei tudo usando um italiano avançado, com auxìlio do dedo indicador (sempre nè? ). Nos outros dias conversamos com vendedores, pedìamos informações na rua. O povo sempre falando uma tonelada e eu entendia um kilo. Acho que eles são prolixos, falam, falam, falam e não dizem nada. Ou então eu não sei tanto italiano assim. Eh. Acho que eles são prolixos mesmo, afinal, eu estava falando italiano avançado e conseguia comprar coisas na rua :)

Gostaria de ir à Marrocos um dia. Tirando as palavras do português e espanhol começadas com Al (algodão, alcool, almofada, etc), agregadas ao espanhol e ao português durante a presença dos mouros na penìnsula Ibérica, o àrabe não tem tanto a ver com nossa lìngua. Ainda bem que em Marrocos muita gente fala francês...

* Aos fluentes em portunhol: cuello não é um animal, significa pescoço. Basura não é vassoura, é lixo. Engrasado não tem a menor graça, significa algo sujo de gordura (grasa) e embarazada é gràvida :)

domingo, 17 de agosto de 2008

Zebra do campeonato francês


O time de futebol daqui de Grenoble, o GF38, subiu pra primeira divisão francesa e està surpreendendo. É atual lìder isolado do campeonato francês e destaque nas manchetes de jornais.

Ok, é a segunda rodada do campeonato...

O Nàutico fez parecido no brasileiro esse ano, mas agora està correndo da zona de rebaixamento, enquanto o glorioso Sport começou por baixo mas não passa do nìvel mediano. Pelo menos não estamos tão perto do pelotão de baixo :P

O pròximo jogo do Grenoble é contra o Lyon, que vem papando o campeonato francês desde 2002. Acho q a festa "grenobloise" acaba aì. Agora com o Grenoble na primeira divisão as pessoas vão começar a ouvir falar menos raramente da cidade onde estamos :)

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Piada de brasileiro

Contaram pra mim, pela segunda vez, a mesma piada de brasileiro em menos de um mês. Fazemos piadas com português, judeu, turco (que por sinal foi um que me contou da segunda vez) e agora tive que ouvir piada sobre nòs ...

Sou meio ruim pra lembrar de piada, mas foi mais ou menos assim:

Dois franceses conversando, aì um fala pro outro:
- Fogo é o Brasil, né bicho? Lugarzinho que sò tem puta e jogador de futebol.
- Cara, minha esposa é brasileira...
- Ah é ?! Qual o time que ela joga?

Outras frases bizarras que o pessoal vive dizendo, tudo relacionado à (homo)sexualidade:
  • "O cara era um transsexual brasileiro"
  • "foi/vai fazer cirurgia de troca de sexo no Brasil"
  • "fazer uma cirurgia plàstica no Brasil"
  • "Colocar silicone no Brasil"
  • "um string brasileiro (fio dental)"
Tudo isso eu jà tinha escutado antes de Ronaldo aprontar aquela com a "senhorita" que ele pegou na rua e foi parar na delegacia.
Bem, aquela piada infame poderia ter sido pior...

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Bolinha de gude gigante


Quase 15:00 e estou voltando de uma pausa de almoço esticada. Em mais uma confra aleatòria da equipe aqui do lab, dessa vez rolou sanduìches, cerveja (e suco para os que não bebem :P ) e ...
pétanque!

Em plena terça-feira. Depois falam por aì que brasileiro não gosta de trabalhar :)

Eu sempre via o povo aqui jogando isso em praças e parques, e hoje joguei pela primeira vez. Bolinha de gude gigante. Momento nostàlgico que trouxe imagens da infância à tona (geralmente eu perdendo, hehehehehe).
E segue o intercâmbio cultural, sempre interessante.

domingo, 27 de julho de 2008

O milagre da transformação da vodka em vinho

Acho que todos os brasileiros que moram no exterior devem exercem um papel de cônsuls honoràrios e voluntàrios da cultura brasileira. Seja divulgando a mùsica, culinària, història, etc.
Fazendo minha parte, quando me junto em alguma festinha, confra, etc com a galera do laboratòrio, a caipirinha, nosso drink nacional, é de praxe e sempre bem-vinda por todos. Como o estoque de cachaça acabou, dessa vez foi com vodka, ou seja, saiu caipiroska.

Tinha limão demais e bebida de menos... Ficou mais limonada que caipirinha :)


Em dado momento, a vodka acabou e a ùnica bebida que restava era vinho tinto. Sacrificamos um vinho francês soh pra dar fim nos limões e saiu uma "caipivinho". Um primo pròximo da sangria, mas parente distante da caipirinha.

sexta-feira, 18 de julho de 2008

22 minutos para cancelar um cartão de crédito

Um absurdo!!!

Acabo de cancelar meu cartão Santander Smiles Varig.
Tenho que ficar explicando pros adestrados là do atendimento o porquê do cancelamento.
  • Não estou no paìs.
  • Tà complicado pra eu pagar as contas à distância.
  • Tenho outros cartões de programas de milhas, blablabla.

Ok, peraì.
Por quê explicar tanto?

Perdi minha paciência.

Depois de 22'34" consegui cancelar o cartão, com direito ao estorno dos valores do "seguro anti-roubo".
Resumo do pequeno drama:
1. Fui atendido por uma gravação, como sempre...

2. Precisei verificar o saldo, e intencionalmente/impacientemente digitei opções erradas varias vezes pra falar com um "humano" (zero zero nove funcionou)
3. Fui atendido e digo que quero cancelar o cartão. Transferência de ligação para "o setor responsàvel".

4. O atendente insistente me diz que é importante ter o cartão pro caso de uma emergência, etc e tal. Ele vai estornar o valor do seguro que estava sendo cobrado no cartão e iria parar de cobrà-lo. Pensei: "Obrigado, cidadão. Vou dar uma chance para tua empresa". Doce ilusão minha. Ele transfere a ligação pro departamento do seguro do cartão.
5. A senhorita me diz que pode estornar o valor do seguro que continuaram cobrando durante a inatividade do cartão, mas no outro mês continuariam cobrando. Perco a paciência, e digo que não quero mais o cartão. Vou cancelar. Transferem a ligação pro setor de cancelamento...

6. Depois de eu confirmar meus dados pela testiculésima vez, a outra senhorita argumenta com seu texto padrão porque eu deveria ficar com o cartão. Digo vàrias vezes que quero cancelar, e a nobre guerreira continua insistindo em seus argumentos.
Perco a paciência e digo: "NÃO SEI QUAL PARTE DA FRASE VOCÊ NÃO ENTENDEU. A FRASE É: 'EU QUERO CANCELAR O MEU CARTÃO!' ". Alguns segundos de silêncio. Talvez a senhorita queria me mandar tomar malibu, mas ela desistiu de todos os argumentos, manteve a "politesse" e disse: "Ok senhor. Anote o nùmero do seu protocolo".


Consegui. Haja paciência!
Viva o
VoIP, senão esses 22 minutos iam me quebrar!

E pra completar, a Varig insistiu em prorrogar os vôos , mas està parando de voar pra Europa...
Alguém quer comprar milha aì ?

sábado, 12 de julho de 2008

Brasil x França

Agora que passou o sufoco estou com tempo pra ver TV :)
Pela primeira vez assisti a um jogo do Brasil por aqui. Estava "zapeando" a TV e estavam exibindo Brasil x França pela liga mundial de Volley, em Belo Horizonte.
Achei engraçado o que o comentarista falou de Bernadinho ele reclamou da perda de um matchpoint: "O time està prestes a ganhar e Bernardinho nunca està satisfeito".
Em outro post falarei um pouco sobre a perspectiva que pode-se ter do Brasil vendo-o do lado de cà, sem contar com o ponto de vista esportivo...

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Eu sou brasileiro e não desisto nunca

Até o presidente jà falou isso. Agora é minha vez de usar jargões batidos para expressar minha alegria.
Quem ri por ùltimo ri melhor.
Quem colhe planta.

A pequena longa història de meu trajeto iniciou-se hà um ano e meio. Decidi que precisava mudar, mas se mudasse de emprego ia ficar na mesma, apenas num emprego diferente. Enquanto pesquisava para a monografia da pòs da UEA, bateu vontade de experimentar um pouco o mundo da pesquisa acadêmica. Venho de universidade particular, e tive que estagiar e trabalhar pra ajudar minha mãe a pagar as mensalidades, e com o tempo ir assumindo totalmente o gosto salgado do estudo privado. Na hora da iniciação cientìfica, optei por um estàgio em empresa de desenvolvimento de Software. Sabia que com alguns meses estaria ganhando bem mais. Então, agora era a hora. Resolvi que ia estudar fora. Minha esposa não curtiu muito a idéia no inìcio.

Escolhi com quem e onde queria fazer pesquisa. O destino é engraçado, tinha acabado de me matricular no francês pensando numa possibilidade remota de imigrar para o Quebéc (Canadà). A França terminou sendo o paìs de destino acadêmico...
Era preciso fazer a candidatura para as duas universidades, e se eu fosse escolhido precisava de um teste atestando minha proficiência no francês. Que proficiência? Eu era nìvel 1. Zerado. Comecei a queimar pestana e virei autodidata. Precisava atingir o nìvel intermediàrio. Viva a Internet e seus recursos

Uma sèrie de palavras desestimulantes poderiam ter abalado meu curso se eu tivesse dado ouvidos aos outros:

1 - Viajei em Abril de 2007 de férias pra Belém, e fui na Aliança Francesa de là me informar sobre o teste. Manaus não aplicava o TCF. A funcionària que me atendeu disse que era melhor eu fazer o teste no ano seguinte e falou que eu não iria atingir o nìvel desejado se fizesse naquele momento.

Mandei os dossiês de candidatura mesmo assim. Eu acreditava em mim, mas no fundo sabia que podia dar errado. Por que não tentar?

2 - Fui pra São Paulo um mês e meio depois fazer o teste. Até então ninguém sabia desta "loucura" que eu estava cometendo. Encontrei-me com dois amigos de faculdade que estavam morando là hà algum tempo, e contei porque estava em SP, o lance do teste etc. Um deles me perguntou: "Ah, então tu jà foi selecionado?". Respondi que não, mas os possìveis orientadores disseram que eu tinha chance, logo, iria precisar comprovar proficiência n lìngua. Como dois gaiatos que são, não deixaram barato e fizeram chacota de mim :)

Em julho soube que fui selecionado na universidade em que estou. Duas semanas depois chega a carta da outra universidade com resposta positiva também. Recebi o resultado do teste de francês também. Nivel intermediario, equivalente ao B1. O nivel minimo pedido pela universidade...
Hora de dar entrada no visto.
Segundo falaram, fui o primeiro em Manaus a passar através do processo eletrônico do Campus France. Tive que refazer meu dossiê pela Internet porque este procedimento era obrigatòrio a partir de 2007.

3 - Eu deveria tramitar copias de documentos e os passaportes pelo consulado honoràrio de Manaus, que enviaria tudo pra Brasìlia. Entrei em contato por telefone com a gentil secretària, que perguntou como eu seria financiado. Eu disse que não tinha bolsa, e que ia deixar meu emprego e vender meu carro pra ir. Ela achou um absurdo (foi um tanto anti-ética a reaçao dela) e o que ela insinuou deu a entender que eu era um imigrante disfarçado de estudante. Não achei correta a postura dela, afinal eu ia fornecer todos os documentos. Falei depois que minha esposa ia junto. A gentil senhora manifestou-se de uma forma que eu me questionei se ela realmente trabalhava em um consulado. Pessoalmente ela foi menos negativa. Menos mal...

Fiz uma cartinha pra embaixada pedindo pra agilizar devido a motivos que expliquei. Entraram em contato comigo dizendo que o visto estava ok e mandaram SEDEX direto pra minha residência em Manaus.

4 - Jà podia revelar a proeza maluca. De julho até o momento do embarque pra França em setembro, ouvi vàrios tipos de comentàrio: de estìmulos à baldes de àgua fria, a maioria deu força, mas alguns poucos, de amigos à parentes, me olhavam com um olhar estranho quando eu dizia que viria sem bolsa pra cà e falavam horrores do custo de vida da Europa. Parece até que o otàrio aqui não tinha pesquisado os preços das coisas. Eu jà tava sabendo preço de aluguel, transporte, comida, etc.

Trabalho com TI, e se o mundo não pipocar com alguma crise, tem muito mercado pra nòs por muitos anos. O dinheiro vai, mas vem de novo.

5 - Jà na França, comentava com colegas daqui sobre seguir em tese num doutorado. Problemas polìticos de orientadores versus chefes não me favoreciam muito a continuar em tese. Precisava mostrar serviço. Botei na cabeça que tinha que publicar algo da pesquisa do mestrado antes da defesa. Meus colegas diziam que era dificil publicar em tão pouco tempo e que eu deveria me concentrar na dissertação. Claro que não dei ouvidos. Trabalhando em ritmo forte, desenvolvi o meu projeto, escrevi dois artigos e uma proposta de apresentação técnica em um evento. (Santa paciência da minha esposa!)
Todos achavam que os artigos eram muito técnicos e não eram interessantes de serem publicados, visto o nìvel das conferências, etc. Achavam que sò a apresentação ia passar.

Foi tudo aprovado. Milagrosamente, 100% de aproveitamento até agora.

6 - Pra continuar numa tese precisava de financiamento. Eu não ia pedir bolsa do Brasil, e restavam duas opções pra mim: Bolsa do governo francês ou contrato do laboratòrio. A bolsa daria um pouco mais de liberdade no tema de pesquisa, jà o contrato limitaria-me ao domìnio do projeto que me financiaria. Como sempre, colocaram terra no meu pedido de bolsa. Disseram que é difìcil, que sò as melhores notas conseguem e que isso, aquilo, etc. Era melhor ficar com o contrato mesmo, era o mesmo valor, etc etc. Fiz o dossiê do pedido.

Esta semana recebi uma bolsa do governo francês. Melhor que a do CNPq, por sinal :)
Não fui "top" da turma, mas chegou bolsa pra mim. Estou sem "amarras" na minha pesquisa.

Ok, història comovente. E daì?

Tento mostrar que opiniões externas não devem nos abalar ou desviar de nossos objetivos. Não se deve mudar de metas por que A ou B acha errado ou acha que não vai dar certo. Sempre é bom refletir sobre crìticas, mas somos nòs que sabemos dos nossos limites, dos nossos objetivos, sonhos, planos. Antes de qualquer outra pessoa, acredite em si pròprio. Meus pròximos 3 anos em tese podem até ser medìocres, mas esse ano de vitòrias nunca esquecerei. Insisti no que acreditava e tudo deu certo.

Considero-me sortudo, ilumidado, ou qualquer outro adjetivo que achem adequado. Mas se eu não tentasse, não tinha sorte do mundo que fosse fazer tudo isso acontecer. Tem que se mexer pra poder sair do lugar. O tempo todo recebi confiança e palavras de estìmulo de minha esposa, que mesmo não curtindo muito essa idéia de vir morar fora do paìs e ficar ainda mais longe da famìlia, embarcou comigo nessa jornada "louca". Nessas horas você vê como o amor é cego :)

Se alguém tem algum plano ousado e està naquela situação tipo "com uma asa delta e parado na frente do abismo", espero que este post sirva de empurrãozinho. Você consegue alçar vôo e chegar do outro lado. Pode acreditar. E se não tentar, vai se arrepender depois.

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Festa da Musica e Euro2008 em Genebra


Muvuca no fim de semana em Genebra.
Ela é uma das cidades sede da Euro 2008 (talvez mais conhecida por nòs do Brasil como Eurocopa). Os jogos de là ja tinham acabado, e o restante seria em outras cidades da Suiça e Austria, mas havia vàrios telões espalhados pela cidade e os "Fan Zones" com arquibancadas, telões gigantes e toda uma infra-estrutura montada: segurança, banheiros pùblicos, barracas de comida, bebida, etc. Tomara que em 2014 tenhamos algo do gênero no Brasil, pois ingresso de copa do mundo é pra uma minoria.

Pra completar esse carnaval todo que tava rolando là, neste fim de semana aconteceu em vàrios locais do mundo a Festa da Mùsica, que é celebrada em vàrios paìses com a chegada do verão no hemisfério norte (bote verão nisso viu. Que calor brabo!).

E em Genebra comemoraram "com força" essa festa. Dezenas de conjuntos tocando, vàrios palcos em diferentes locais da cidade e até gente tocando sem palco mesmo. Barracas de comida, bebida, artesanato,etc etc etc. A festa não chega a ser como nosso carnaval de rua em Olinda e Recife, mas é bacana. Muito legal mesmo. E falando em coisa nossa, eu não sabia que caipirinha tinha ficado tão popular mundo afora. Tinha barracas de bebida brasileiras e não brasileiras que vendiam caipirinha em vàrios locais. Algumas fotos sobrepostas no inìcio do post...
Abaixo tem um video de uma das bandas que achamos legais. De quebra tem um Robert direto de Africa.


terça-feira, 17 de junho de 2008

"Pseudo Off-Shore": Qual a fronteira do home-office?

Primeiro, os jargões para os desavisados:
Off-shore
Home-office (foi o melhor que achei no momento...)

Agora, o post propriamente dito:
Hà algumas semanas contactei alguns amigos que trabalham em uma empresa que ocasionalmente terceiriza
para pessoas fìsicas o trabalho de desenvolvimento de software, usando o formato de home-office. Dois amigos meus jà haviam feito trabalho para eles, sem maiores problemas. Assinam um contrato, fazem o serviço e trafegam os arquivos via VPN pela Internet. O recibo é através de uma nota avulsa pela prefeitura.

Ok. Otimo. Dá pra fazer.

Estou na França, mas tenho conta no Brasil, procurador, residência fixa (visto que o estatuto de estudante sob o qual vivo aqui implica em residência temporària). Minha ùnica dùvida que deixei clara para o pessoal era se eu conseguiria emitir nota por procuração. Semana passada liguei para um posto de serviços da prefeitura de Recife (Expresso cidadão) e me informaram que o procurador poderia emitir, sim, o recibo.

Ok. Otimo. Dá mesmo. Acho que vai ser mais fácil do que pensei.

Avisei semana passada ao pessoal de là que o recibo é tranquilo e podemos dar inìcio à formulação do contrato de serviço temporàrio.

Ontem fui informado que o setor jurìdico da empresa não aceitou alegando que teriam dificuldades com o Ministério do Trabalho visto que o prestador de serviços reside no exterior. Entendo (lembrei de Pelé, entende?).

Fica a minha pergunta: onde està a fronteira do home-office versus offshore. O offshore é caracterizado pela terceirização formal de serviços para uma empresa de outro paìs, geralmente com mão-de-obra mais barata. Um terceirização pela qual o Brasil luta pra abocanhar uma fatia maior do bolo global.

Sou pessoa fìsica com residência fixa no Brasil (não sou legalizado na França, apenas estou legalizado), conta bancària no Brasil, procurador pra emitir a nota que pediram, mas fui provavelmente enquadrado como off-shore pela alegação do jurìdico.

Não fiquei chateado com eles, mas fiquei tentando entender ou interpretar de vàrias formas a situação:

Suposição 1:
E se eu tivesse assinado um contrato antes de viajar e começasse o serviço daqui? Seria um caso de “pseudo off-shore”? O dinheiro continuaria entrando em uma conta brasileira e o trabalho transparentemente trafegando via Internet.

Suposição 2 (um pouco "workaholic"):
Se eu quisesse viajar de férias pra outro paìs e passar 15 dias passeando, mas conseguindo trabalhar as 5 horas diàrias (ou dependendo do fuso, “noturnas”) do contrato? Seria “pseudo off-shore” também?

Suposição 3:
Se eu nunca dissesse que estou na França, passasse meu endereço de Recife, minha familia faria o “proxy” enviando o contrato pra cà, eu assinava aqui, mandava pra meu endereço e redirecionariam pra empresa. Eu faria o serviço, o dinheiro entraria na minha conta do Brasil e o recibo seria enviado. Algum sinal de pseudo off-shore aì ? Sò se o meu endereço IP quando eu me conectasse na VPN...

Talvez a suposição 3, baseada na omissão de fatos resolvesse o problema ;)

Não entendo muito de legislações, mas imagino que um bom interpretador de texto que sabe persuadir faz màgica interpretando leis. Termino esta història cheio de dùvidas...

Estamos de fato perante uma situação de off-shore? Quais as fronteiras legais, geogràficas e virtuais em um caso como este? Bom virtual eu acho que nenhuma, pois a Internet permite-nos trabalhar de onde for, mas quanto às duas primeiras, não saberei responder com precisão.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

É Campeão!!!!!



Sport Sport Sport Sport!!!

SPORT campeão!!!
Valeu a pena acordarmos aqui às 3 da manhã pra ver o jogo!!

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Mais vagas de emprego de TI na França

Mais oferta de emprego de TI na França.

Desta vez a Astek Rhône-Alpes convidando candidatos para um cocktail noturno no Hotel Mercury de Grenoble.

Não revelaram a quantidade de vagas abertas, mas como a astek possui em torno de 3000 colaboradores, e tirando a média (vagas/total de empregados) baseada no post anterior, acho que a oferta deve ser também na casa dos 90 postos de trabalho.

O anùncio fala de:

  • Desenvolvimento de aplicativos em Java, .NET, Open Source
  • Informàtica industrial (embarcada, tempo real, testes)
  • Business Intelligence

sábado, 24 de maio de 2008

90 vagas de empregos de TI em Lyon


Chegando ao fim do ano letivo 2007/08, as empresas de TI continuam pondo em pràtica suas estratégias de headhunting para contratar jovens talentos recém-saìdos da universidade.

Em outro post falei das empresas de Grenoble. Desta vez, a unidade de Lyon (100 km de Grenoble) da Teamlog, empresa com faturamento de 162 milhões de em serviços no ano de 2007 e que possui mais de 2000 empregados, farà um evento de um dia de "portas abertas" para que os candidatos possam conhecer a infra-estrutura da empresa, seu futuro gerente, projetos, etc. Ainda tem um "prêmio para o CV mais original" ... (!!!)

Eles destacam vagas para:
  • Eng. SW Java J2EE (porque ninguém quer usar o termo JEE???)
  • Eng. SW .Net
  • Eng. SW de ambientes industriais ( C, C++, ou .net)
  • Eng. de Produção/Exploração (imagino que sejam "administradores") Unix ou MVs
  • Gerentes de Projeto de TI em novas tecnologias ou telecomunicações
  • Administradores de sistemas e de redes
Aqui na França tem gente reclamando de desemprego em diversas àreas, mas ainda estou vendo o contràrio na àrea de TI, como falei antes.

sábado, 17 de maio de 2008

Minha pesquisa dando suas colaborações

Estou escrevendo minha dissertação e como parte da pesquisa desenvolvi uma ferramenta de diagnostico voltada para um problema da plataforma OSGi. Eu e meu orientador submetemos uma apresentação para um evento oficial da comunidade OSGi, organizado pelo proprio comitê que padroniza esta tecnologia.

A programação tem uma sessão (Runtime Diagnosis of Stale References in the OSGi Services Platform), que apresenta a ferramenta que desenvolvi. Como sou estagiàrio (mais uma vez na minha vida) do laboratorio, nao tenho direito a ser bancado pra ir. Então vai meu orientador apresentar. Sacanagem que meu nome nem aparece là :,(

Em setembro apresentarei a ferramenta em uma conferência acadêmica na Itàlia. Esta tem mais valor acadêmico, mas a anterior tem mais valor "comercial" vista a natureza do evento. Vou perder de fazer bons contatos là.

Fico contente pelos ràpidos resultados obtidos. Espero que seja apenas o começo :)

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Silicon Valley francês recrutando mão de obra


Os brasileiros não escutam muito falar em Grenoble como se fala de Paris, Lyon, Nice, Lille, etc...
Entretanto este é um grande pólo tecnológico da França. Grenoble, o "Silicon Valley da França", esta carecendo de mão de obra e está indo longe buscar gente pra trabalhar: organizou um evento no Stade de France, com data de 7 de Junho pra recrutar pessoas para a indùstria de Software. São mais de 500 vagas que precisam ser preenchidas. Recrutamento em estádio! Eu nunca vi nada igual. Parece exército pedindo alistamento pra voluntários irem pra guerra.

Empresas como HP, Sun Microsystems, Orange, Bull e outras tem grande foco de atividade aqui.

Fico impressionado, cada vez mais, com a carência de profissionais na indùstria de Software em todo o mundo. Até no Brasil temos este tipo de problema. Um busca rapida no google mostra vários artigos mencionando este problema.

Com tanta oferta no mercado, é natural uma migração dos mais ousados. Muitos chamam de evasão de cérebros. Recife sofre um pouco deste mal. A cidade é referência como pólo tecnologico, mas os salarios de la sao bem "controlados". Pra que esta disposto a sair da zona de conforto dos amigos, familia, cultura, etc, tem salarios bem mais interessantes na Grande São Paulo, Campinas, Rio de Janeiro, Manaus, etc.

Outros países sofrem deste mal também. França e Alemanha, por exemplo, oficializaram que preferem que os alunos (estrangeiros ou não) de cursos de tecnologia permaneçam no país apos concluírem os seus cursos.

O Brasil ja é uma mega-potência agrícola e temos evoluido na area tecnologica. Mas países que investem tanto em educação estão tendo crescimento tecnologico reprimido, nos que temos ensino publico deficiente não daremos conta. O sonho de tornar o Brasil um nicho de off-shore como a India parece muito distante ainda.

Um pais onde o ensino publico de base é para pobre e o ensino publico superior (com vagas restritas) é para ricos ta complicado. A regra geral (eu sei que ha exceções) é estudar o ensino médio em escolas particulares e se preparar pra o vestibular pra entrar em Federal pois a qualidade de ensino é melhor (também sei que tem exceções) e o precinho uma beleza.

A elite brasileira é pequena, e o ensino publico superior é elitizado. Logo, pouca qualificação é gerada com dinheiro publico. Podemos contar com FIES* como verba publica, mas isso é financiamento e não bolsa. O estudante tem que pagar de volta quando se forma.
A gente esta se tornando celeiro mundial e essa grana toda que entra tem que ser revertida pra preparar o país pra o futuro. Li outro dia que vai faltar tanta mão de obra qualificada no Brasil que vai ser a coisa mais natural ter empresa bancando ensino médio, cursos técnicos e ensino superior pra poder ter gente capacitada, por que o governo não ta dando conta. Vi essa reportagem em que gente da engenharia civil reclama, entre outras coisas, da falta de mão de obra qualificada.

Tenho direito à ensino de base em escola publica, mas estudei em escola privada.
Tenho direito à universidades publicas, mas não consegui passar nelas. Passei em faculdade privada e me formei la (mais comentarios sobre isto noutro post).
Minha especialização foi paga por uma empresa privada, apesar de ter sido em universidade publica.
Agora estou fazendo mestrado na França com os estudos pagos pelo governo francês, com menos burocracia do que achei que tivesse. Tive que vir tão longe pra estudar de graça. Certamente mais fácil entrar num mestrado de uma boa universidade daqui do que em qualquer programa de mestrado de boas federais brasileiras.

Aqui vos escreve um cérebro que saiu de Recife pra Manaus pra trabalhar e de Manaus para a França pra estudar. Com certeza volto um dia, ainda não sei quando, mas volto :)

*(in)Felizmente não desfrutei do FIES. Minha mãe que era professora de escola publica (e conhecia de perto a qualidade) pagou metade inicial da minha faculdade e eu me ralei em estagio e emprego pra pagar os ultimos 3 anos de curso...

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Não é apenas o Brasil que tem tanto feriado

Falam que no Brasil tem muito feriado, mas a França não fica muito atrás.
Tirando o carnaval, esta lista mostra 12 feriados no Brasil.

Já os feriados franceses de 2008 totalizam 10, conforme os dias abaixo extraìdos deste link:
Ano novo: 1 janeiro
Páscoa: 24 março
Festa do Trabalho: 1 maio
Vitória de 1945: 8 maio
Pentecostes: 12 maio
Festa nacional: 14 julho
Assunção; 15 agosto
Dia de todos os santos: 1 novembro
Armistìcio 1918 : 11 novembro
Natal: jeudi 25 dezembro

Ruim para o progresso econômico de uma nação, mas muito bom para o povo descansar, se divertir, etc; feriado é sempre bem vindo por nós :)

Aqui também se faz o feriado "enforcado" quando feriado cai numa quinta ou numa terça.
Ontem (quinta) teve o feriado da vitória de 1945, e muitos franceses enforcaram a sexta. Prática conhecida aqui como "fazer ponte".

domingo, 27 de abril de 2008

Vizille


Château de Vizille, na cidade de mesmo nome que fica alguns minutos ao sul de Grenoble.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Ói, ói o "tram"



O tramway, ou afrancesadamente chamado de "tram" é um dos meios de transporte daqui de Grenoble. Quando chove, deixo a magrela em casa e vou de bondinho.
Grenoble foi a segunda cidade da França a ressuscitar os bondes. Mas eles vieram super high-techs. Os bichinhos parecem coisa da Disney. Digo isso porque a primeira vez que vi trenzinhos bonitinhos assim foi na Disney World em Orlando-EUA, por volta de 1996. Mas os trenzinhos high-tech deles ja eram velhinhos.
Quem constrói estes de Grenoble é a Alstom, mesma empresa francesa construtora dos metrôs usados em Paris.
Na wikipedia em francês tem um link falando dos tramways de Grenoble.

Acima o trem de Grenoble, e abaixo o Monorail da Disney.
Não tem muito a ver, mas um me lembra o outro...

sexta-feira, 21 de março de 2008

Lá se foi o sol

Tava bom demais pra ser verdade.
Dias bonitos, sol, pessoas nos parques, pássaros começando a cantar...
Nevou hoje em Grenoble.

No inverno, sempre tem neve nos Alpes. Mas aqui embaixo não neva sempre. Pelas minhas contas nevou umas 3 vezes em Grenoble neste inverno. Sempre tem geada de manhã etc.

A tal da neve é geladinha mas é bonita. Mas no caminho até a parada do tramway agente parou pra ficar tirando fotos e deu tempo da minha mão começar a dar aquela sensação de queimor. Lindo o frio né... ? Uma "delicia"! E olha eu tava de luvas.
Quando não tinhamos conexão de Internet em casa costumávamos ir a essa praça pra usar a conexão wifi de lá. Acho que hoje não daria pra ir lá :)

quarta-feira, 19 de março de 2008

Lá vem o sol

Interessante o valor que dou ao sol hoje em dia... Arrependo-me das reclamações em relação ao calor de Manaus. Prefiro o calor ao frio. Vá lá que um friozinho de vez em quando é bom. Eu diria que um "frio" de 23°C é a temperatura ideal :)

O ditado "vai pela sombra" não tem o menor sentido nessa época do ano por aqui. Quando faz sol todo mundo faz questão de se expor à ele. O povo sai, fica deitado nos gramados, lendo, conversando, vão comer sob o sol ao invés de procurar uma sombrinha (ou mesmo um lugar fechado em época de frio).

Os dias nublados realmente são meio sem graça. Mesmo no frio, quando faz um solzinho meu humor até melhora. Um site interessante mostra os horários do por do sol em várias cidades do mundo. Esse link aponta pra página que mostra os de Grenoble em várias epocas do ano.

O verão daqui dizem que é um forno. Não sei se estarei amando tanto o sol quando o tempo esquentar mesmo. Mas, como já vivi no quente com brisa de Recife e da Florida, no quente abafado de Manaus, acho que o quente seja lá o que de Grenoble não será tão diferente.

E viva ao sol!

quarta-feira, 5 de março de 2008

Ninguém termina as provas

Semana que vem devem ser publicadas as notas das provas feitas em Janeiro (!!!).

Não tenho idéia do porquê da demora. Também não entendi o sistema de avaliação. Vou descrever um pouco o que vivi no curso de computação, não sei se é o mesmo para todos os outros na França.
As provas têm duração de 3 horas. Mas, ninguém consegue terminá-las. O nivel das questões é muito alto. Ao fim de todas as provas não me recordo de ter visto alguém entregar a prova imediatamente apos a fiscal dizer que o tempo havia terminado. Ela tinha que passar pelos alunos pedindo pra entregar as provas pois todos ainda estavam escrevendo.
So consegui entregar uma prova toda respondida, e ainda uns dois minutos depois da fiscal anunciar o fim do tempo.

Agora vem o fato estranho, pelo menos para mim:
A nota máxima é 20. E o lance de prova de recuperação é meio complicado: o aluno tem q ter uma média minima de 10 e não ter tirado menos de 7 em nenhuma disciplina para poder escapar.
Ao lado do enunciado das questões há o valor dos pontos de cada uma. Em algumas provas, se eu somar os pontos das questões que eu respondi, na maioria delas nunca vai chegar a 20 já que nao respondi tudo. Além do fato que provavelmente nem tudo que eu respondi deve estar 100% certo.
Entretanto, alunos me falaram que às vezes se surpreendem com as notas pois algumas vezes respondem pouco mais da metade e conseguem notas em torno de 70%, mesmo tendo respondido à várias coisas errado.
Já me disseram também que no mês de março ficam fazendo mágica com as notas pra esticar. Acho que eles ficam moldando de acordo com o critério XYZ do nivel de acidez do mar mediterraneo em relação à pressão barométrica multipkicado pela média da temperatura global nos ultimos dez anos, dividido pelo câmbio do dolar em relação ao euro no dia que os alunos fizeram a prova. Talvez justifique a demora e a mágica feita...
Espero que a minha nota estique o suficiente para esticar minhas bochechas para cima.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Não basta apenas ter idéias

Este relato ocasional não tem muito a ver com como estamos, onde fomos, o que vimos ou o que pensamos. Bem, na verdade tem a ver com o que eu já pensei (e não fiz)...

Ter idéias legais acho que todo mundo tem, mas colocar em prática é outra coisa. Hoje vi um artigo na folhaonline que mostra um sistema de cardápio eletrônico na mesa do restaurante. O cliente pode, da propria mesa, selecionar o seu menu e fazer o pedido do prato. Há uns 5 ou 6 anos, na época de faculdade, na fantasia de jovens empreendedores de informática, empresários de mesa de bar, eu havia pensado no mesmo. Mas ao invés de telas touch screen seriam PDAs (popularizados pelo Palm) que estariam disponiveis em cada mesa. Basicamente o conceito era o mesmo. Nunca pus em prática, nem mesmo como projeto de disciplina de Empreendedorismo. Um devaneio no qual não acreditei.

Uma outra idéia sonhadora foi a de utilizar telas de LCD penduradas na parede, que exibiriam imagens. Uma versão hi-tech de um quadro na parede. Poderia-se ter o quadro que se quisesse em sua parede. Hoje em dia vejo a mesma idéia sendo comercializada, só que em proporção bem menor. Aqui na França é bastante comum de ver os cadres photo numérique (porta retratos digitais) à venda em lojas.

Estas foram duas idéias que passaram pela minha cabeça e nunca as coloquei em prática. Como disse, elas "passaram" pela minha cabeça, mas seguiram seu caminho pelo mundo das idéias e passaram por outras cabeças que fizeram com que elas acontecessem.

Ambas as idéias eram completamente viáveis (talvez até óbvias demais), tanto que são concretas hoje, mas achei que fossem um devaneio. Talvez o local e o momento no qual pensei nisso não desse para ir com estas invenções muito longe, mas como saberemos se nunca tentarmos? A época de universidade é ideal para aqueles que tem devaneios similares buscarem capital de risco, incubadoras, etc. E tem um bocado de gente conseguindo concretizar suas idéias.

Seguirei viajando mentalmente em idéias aparentemente absurdas que poderei discutir em rodas de amigos nas mesas de bares ou no café. Bem provavelmente nunca as tornarei concreta. Assim como eu, existem outros tendo idéias viaveis que nunca colocaram em prática. Quem sabe não dá pra gente se juntar e nos tornamos especuladores e sairmos patenteando tudo que é devaneio que aparece nas nossas cabeças? Quando alguém pôr a mesma idéia em prática é so ir na justiça e pedir nossos royalties. Será que dá pra fazer isso?