segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Apresentando a RFID para o pùblico

Neste domingo eu e um colega mexicano ajudamos o nosso orientador numa apresentação especial para uma exposição sobre a història da informàtica, que està acontecendo de 24/10 à 04/01 na Bastilha de Grenoble. O teleférico pra ir até là foi gràtis :)

Falamos sobre os projetos de nossa equipe utilizando etiquetas RFID (Identificação por Ràdio Frequência). O desafio foi tentar explicar tudo usando uma linguagem acessìvel ao pùblico ao mesmo tempo em que explicamos o que eram etiquetas RFID. Foi uma experiência interessante e pela qual nunca achei que passaria, especialmente na França. Apresentamos algumas demos, mas a vedette foi a demo que usa o Nabaztag, o coelho inteligente (e que também lê etiquetas RFID), que chamou atenção de adultos e crianças. Houve uma senhora que fez uma inferência que a levou a fazer uma pergunta interessante: "Nossa, então esse coelho é um computador. Mas onde està o monitor dele?"

sábado, 22 de novembro de 2008

Roupas de Frio II

A partir do fim de outubro/inìcio de novembro, quando se vê chuva por aqui, tem neve na montanha. Depois que a neblina vai embora, podemos ver as montanhas cobertas de gelo.

Enquanto estou escrevendo o sol brilha là fora, estamos perto do meio-dia, mas a temperatura em Grenoble é de 5 °C , mas com sensação térmica de 0 °C. A previsão da "meteô" diz que vai nevar este fim de semana aqui embaixo. Seria a primeira vez desse inverno. Antes de eu viajar pra cà, falei das roupas de frio que compramos no Brasil. Prometi falar se elas dariam conta, mas passou-se um inverno e não falei nada. Segue o relato então...

Os meus casacos daì foram dois de nylon e um de algodão meio aveludado, todos com um tipo de espuma entre os tecidos, pra melhorar o isolamento térmico. Minha esposa comprou um sò desse tipo e outros dois que aparentemente não deram conta. Um de "couro vegetal", segundo o vendedor falou, e outro de um material que lembra o mesmo de roupas de mergulho. Os meus deram conta, mas a mulher não aguentou o frio com os dela...Precisou comprar outros aqui, e de outras camadas internas de casacos.

Nestas camadas, os blusões de algodão não são legais pra colocar por baixo pois eles armazenam a umidade. No outono ainda vai, mas no inverno melhor optar pelos que tem flanelinha por dentro ou então as blusas que aqui chamam de "polaire" (a foto abaixo). Por baixo do polaire, uma camiseta de algodão mesmo, dessas que usamos no dia a dia do Brasil tropical.

Comprei uma polaire na C&A por 10 euros ano passado. Existem marcas especializadas em roupa pra frio (Salomon, The North Face, etc) que vendem roupas feitas com tecidos super high-tech, bem finos e leves mas que aquecem bem. Lògico que custam muito mais caro. Ainda ano passado comprei uma polaire Lafuma que na promoção foi o dobro da outra da C&A, mas é bem mais leve e aquece igual. Minha cintura adiposa ajuda a esquentar o corpo, mas mesmo assim tirei os polaires da gaveta esta semana.


segunda-feira, 17 de novembro de 2008

A polêmica de se trabalhar aos domingos na França

Quem vem de cidades metropolitanas do Brasil e tem a possibilidade de sair dos shoppings e supermercados às 22:00, ou tem o hàbito de ir aos hipermercados 24h, se espanta aqui na França. Aqui e em boa parte das cidades de outros paìses europeus que conhecemos isso parece absurdo. Praticamente tudo fecha às 20:00, e praticamente nada abre aos domingos. Até farmàcias e lojas de conveniência 24h são raras. Existem umas que fazem marketing "non-stop 8h - 20h". Ohhh! Os horàrios dos ônibus refletem bem essa realidade de tudo fechar cedo.

Ultimamente tem havido uma polêmica aqui em relação à lei para legalizar definitivamente o trabalho aos domingos na França. De acordo com o presidente, seria uma opção para os trabalhadores ganharem mais dinheiro, seguindo sua filosofia de "trabalhar mais para ganhar mais". O interessante é que não faz parte da cultura aqui, isso que pra nòs parece natural e até nos faz falta às vezes. Entretanto, os argumentos das pessoas contra essa idéia são bem vàlidos. Alegam, com razão, que o domingo é o dia para se ficar com a famìlia, e os trabalhadores irão pagar o pato. Outros alegam que o domingo é o dia para se sair, praticar esportes, ir à montanha, ao lago, à praia, etc, e abrindo esta exceção para abrir o comércio nos domingos irà estimular mais ainda o consumismo, que està fortemente presente nas sociedades capitalistas.
Serà que nòs brasileiros jà estamos tão consumistas assim?
Um coisa a se refletir...

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Abreviando

Estamos desenrolando o idioma, mas ao meu ver, a lìngua francesa tem alguns problemas pra quem a aprende. Por exemplo, as consoantes. Os Z,T,R,S,X (e outras mais que não lembro) quando aparecem no fim da palavras, salvo as "liaisons" e outras exceções, nunca são pronunciados.

Coisas tipo toit (teto) e toi (pronome pessoal em 2a. pessoa) pronunciam-se da mesma forma: soa como "toà" em português. O plural é na mesma: ils (eles) e il (ele) pronuncia-se igual, sem dizer o "S". Precisamos da conjugação verbal e do contexto pra saber se é singular ou plural, tipo "ils vont au cinema" ou "il va au cinéma" pra saber quem vai pro cinema, se é um cara sò ou mais de um...

Outra dificuldade é o francês coloquial: cheio de palavras diferentes (ex: carro é bagnole, ao invés de voiture; dinheiro é poignon, fric, ao invés de argent) e abreviações...

Trabalho num labo (labô, transcrevendo a pronùncia para o português) ao invés dum laboratoire, usando um ordi (computador) ao invés dum ordinateur e como no resto (restô) ao invés do restaurant. Meus colegas me dizem bonapp ao invés de bon appetit. Periòdicos semanais são chamados de hebdo, ao invés de hebdomadaire.
O presidente Sarko é démago e megalo.
Big Mac se compra no McDo.
O prof da fac dà aula no amphi mostrando diapo (diaporamas=transparências).
Alguns estudantes dividem apartamento com colloc (collocataires).
Jà a CAF nos distribui allocs.
Os ados gostam de ir ciné mas também podem passar o dia em casa vendo télé.
Os écolos sò comem produtos bio.

Algumas abreviações presumo que sejam mais afeminadas (d'acc para dizer d'accord e comme d'hab para dizer comme d'habitude), pois nunca ouvi homem falar...

Bem, acho que jà forneci bastante info.

Mas não venham depois me dizer que tudo isso é coisa de pédé ("pêdê").

domingo, 2 de novembro de 2008

Mudança de categoria de titre de séjour

O ano letivo por aqui começa em setembro/outubro, e geralmente nessa época é o momento dos estudantes originàrios de paìses fora da Comunidade Européia renovarem o titre de séjour, documento que permite aos estrangeiros permanecerem na França.

Eu e minha esposa mudamos nossa categoria de titre de séjour, respectivamente:
- de étudiant para scientifique
- de visiteur para étudiant

A minha mudança é mais uma questão burocràtica, devido ao tipo de bolsa de estudos que tenho. Não sei qual a categoria do titre de séjour dos brasileiros com bolsas CAPES e CNPq, mas meus colegas de equipe estrangeiros possuem outro tipo de financiamento e o titre de séjour de estudante.

A informação importante que gostaria de documentar aqui é a mudança de titre de séjour visiteur para étudiant. Talvez esclareçam isso nos sites da embaixada, mas o que encontramos é que aqueles que vierem sem visto de estudante (ex: fazer algum curso que dure atè três meses) não precisam de titre de séjour, e se precisarem estudar mais tempo precisam dar entrada naquele visto, que implica em fazer junto à embaixada do seu paìs de origem, e conseauentement voltar, gastar mais tempo e dinheiro, pra depois obter o titre de séjour na França. Não vi nada dando informação em relação ao cônjuge, a ùnica coisa que informaram era que ela poderia estudar como visitante.

Com a categoria visiteur minha esposa conseguiu ser aceita em uma universidade francesa (pedem apenas que a pessoa esteja "legalizada", exatamente como nos informaram). Entretanto quem tem titre de séjour étudiantdireito a trabalhar até 964 horas anuais. No caso dela não seria possìvel trabalhar com o titre de séjour étudiant, mesmo estando inscrita na universidade. Ao renovar o titre de séjour este ano, ela pediu a mudança para étudiant. Como comprovante de recursos financeiros apresentou minha papelada da bolsa de estudos, e tudo deu certo, dentro da lei.

Resumindo o post, duas informações ùteis para quem vem à estudar na França e traz seu cônjuge com visto "visiteur":
  1. É possìvel se inscrever numa universidade (no caso dela, jà possuìa curso superior no Brasil e fez equivalência de disciplinas para ser aceita aqui) mesmo como visiteur
  2. É possìvel fazer o "upgrade" de visiteur para étudiant, que dà direito à trabalhar até 964 horas anuais.
A primeira dica demos pessoalmente para um casal que conhecemos aqui, e poucas semanas depois a esposa do estudante conseguiu ser aceita no Master de uma universidade que tinha um curso equivalente ao dela.

Espero que estas informações possam servir para mais gente.

* ATUALIZAçAO IMPORTANTE (07/05/2011)*
Aproveitando um comentario que fiz aqui hoje, agrego a seguinte informaçao ao post:
Cônjuge de Scientifique tem direito a jornada de trabalho INTEGRAL. Portanto, por falta de informaçao foi burrice mudar o titre de séjour de minha esposa para étudiant. Ela teria mais direito (a trabalho) como cônjuge de scientifique.

Liçao aprendida: Nunca 'ache que'. Pergunte antes de achar qualquer coisa :)